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PROPOSTAS

Do pão de cara ao buraco quente

Deputados da Baixada Santista apresentam projetos de lei para tornarem as iguarias patrimônio cultural imaterial de São Paulo

Pedro Juvenal

21/06/2025 - sábado às 09h03

Se eles têm dotes culinários não dá para garantir. Mas, é certo, se mantêm antenados a duas delícias que guardam relação direta com dois bons sabores com origem em cidades da Baixada Santista e do Vale do Ribeira.

 

Um projeto de Lei do deputado estadual Paulo Correa Jr. (PSD), protocolado há cerca de dez dias na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP), propõe tornar o sanduíche “buraco quente” patrimônio cultural imaterial do Estado de São Paulo. O lanche, feito de pão francês recheado com carne moída, é pra lá de tradicional na mesa de muitas famílias paulistas, sobretudo em festas e eventos.

 

O parlamentar entende que o lanche é uma tradicional expressão da cultura alimentar em São Paulo, o que justificaria elevá-lo à condição de patrimônio cultural imaterial. “E ele surgiu no nosso Vale do Ribeira, mas especificamente no município de Pariquera-Açu, o que inclusive nos enche de orgulho”, comenta Correa Jr.

 

O autor da proposta destaca, ainda, que com o passar dos anos, o buraco quente foi se tornando uma comida presente na vida de muitas famílias paulistas, seja em reuniões familiares, festas comunitárias, eventos escolares, quermesses e festividades. “A partir da cidade (de Pariquera-Açu), tornando-se parte do cotidiano e da memória afetiva da população. Agora, reconhecer o buraco quente como prato típico significa fortalecer a identidade cultural, incentivar o turismo gastronômico e promover a divulgação das tradições locais, contribuindo para a valorização da cultura alimentar do Vale do Ribeira.

 

 

O PÃO DE CARA

Já a deputada estadual Solange Freitas (União Brasil), apresentou um outro projeto de lei para também tornar o pão de cará patrimônio cultural imaterial do Estado de São Paulo. E foi mais longe: propôs instituir o "Dia do Pão de Cará" no Calendário Oficial do Estado. O pão de cará é um ícone da gastronomia santista, com raízes na cultura alimentar da cidade de Santos. 

 

Do ponto de vista prático, o projeto de lei nº 575/2025 visa reconhecer o pão de cará como patrimônio cultural imaterial, valorizando sua importância histórica e cultural para a região; e o projeto de lei nº 576/2025, pretende incluir o "Dia do Pão de Cará" no calendário oficial do Estado, promovendo sua celebração e reconhecimento. 

 

Na justificativa de sua proposta, a deputada destaca que o pão de cará é mais do que um alimento, ele representa a memória e a criatividade do povo santista. Sua origem, segundo ela, teve início no século XX, por volta de 1910, quando padeiros de Santos, diante da escassez de farinha de trigo provocada pelas Guerras Mundiais, passaram a adaptar suas receitas com tubérculos como o cará, a mandioca e a batata. Essa inovação culinária resultou em um pão macio, de casca dourada, sabor levemente adocicado e grande aceitação popular.

 

Para a parlamentar, a instituição da data pode incentivar o empreendedorismo local, a promoção de feiras gastronômicas o fortalecimento do setor de panificação e o desenvolvimento do turismo regional. Ela escreveu que assim como a pizza tem seu dia, e a feijoada ocupa um lugar de prestígio na identidade nacional, o pão de cará merece ser celebrado como parte da história e do paladar paulista. “Portanto, a instituição desta data comemorativa é um ato de valorização histórica, cultural e econômica de um produto que atravessa gerações e traz afetos.”

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