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NOVA LIGA EM ANDAMENTO

Clubes criticam mudança de regra em estatuto da Libra que beneficia quem já ganha mais

As 25 equipes que se reuniram definiram um modelo no formato 45-30-25

Por Luciano Trindade - Da Folhapress

21/05/2022 - sábado às 18h00

Além de Corinthians e Flamengo, Palmeiras, Santos, São Paulo, Red Bull Bragantino, Ponte Preta, Vasco e Botafogo são os atuais signatários da Libra - (foto: CBF)

Uma proposta de alteração na regra de transição prevista no estatuto de criação da Libra, que beneficiaria Flamengo e Corinthians, tem sido motivo de impasse nas negociações com os representantes do grupo Futebol Forte e de outros times das Séries A e B do futebol brasileiro que ainda não aderiram à nova liga de clubes.

A reportagem teve acesso a duas versões de documentos que detalham como seria o tempo de transição para a implementação da fórmula de distribuição de receitas como direitos de transmissão e cotas de patrocínio.

A versão inicial do texto, apresentado aos times no início do mês, previa três anos de transição, período no qual "ficará assegurado a todos os clubes que disputarem a primeira divisão do campeonato organizado pela Libra o recebimento de receita ao menos equivalente à média dos últimos 3 anos, da receita de mídia auferida pelo clube no Campeonato Brasileiro".

Uma nova formulação deste trecho prevê que o período citado passaria a ser de cinco anos. A reportagem apurou que, no entendimento dos clubes que ainda não aderiram à Libra, a mudança perpetuaria por mais tempo o desequilíbrio que existe atualmente na distribuição de receitas. A alteração causou um mal-estar, inclusive, em clubes que já fecharam com a Libra.

Qualquer mudança no estatuto precisa ser aprovada em assembleia por unanimidade pelos membros da liga.

Dirigentes de clubes que negociam a entrada na liga ouvidos pela reportagem disseram que isso privilegiaria principalmente o Flamengo e o Corinthians, sobretudo porque esses clubes possuem um valor fixo assegurado no atual contrato de TV com a Globo, que expira em 2024.

Um dos cartolas disse que a mudança vai contra o discurso de que a liga equalizará a distribuição das receitas. E não só mantém como amplia o desequilíbrio.

Além de Corinthians e Flamengo, Palmeiras, Santos, São Paulo, Red Bull Bragantino, Ponte Preta, Vasco e Botafogo são os atuais signatários da Libra.

Dirigentes dos nove que assinaram o documento alegam que a regra mudou para cinco anos porque seria o mesmo tempo de um ciclo de contrato de TV. Eles já previam que isso iria gerar descontentamento, mas resolveram seguir adiante.

No estatuto, a regra de transição ficaria em vigor durante 2025, 2026, 2027, 2028 e 2029.

Outro cartola citou, ainda, que o trecho do texto a respeito da regra de transição faz parte das premissas para a fundação da liga e que, futuramente, ainda precisariam ser aprovado em assembleia por unanimidade.

Desde a primeira reunião, eles têm batido na tecla de que, neste momento, o mais importante é criar um fato, que seria o anúncio da existência formal da liga, para depois discutir detalhes do estatuto.

Já os representantes do grupo Futebol Forte e de outros times das Séries A e B querem resolver todas as pendências antes de assinar qualquer documento.

No início da semana, em reunião realizada no Rio de Janeiro, eles definiram uma nova proposta para aderir a Libra.

No encontro, trataram, principalmente, da divisão de todo o dinheiro que será arrecadada pela liga com direitos de televisão, cotas de patrocínios e outras receitas.

As 25 equipes que se reuniram definiram um modelo no formato 45-30-25. Nesse caso, 45% de tudo o que fosse arrecadado seria dividido de maneira igualitária, 30% de acordo com a classificação final e 25% dentro de uma equação que considera exposição de mídia.

A proposta é assinada pelos seguintes clubes: América-MG, Atlético-GO, Avaí, Ceará, Athletico-PR, Atlético-MG, Coritiba, Cuiabá, Juventude, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Chapecoense, Brusque, CSA, CRB, Náutico, Criciúma, Guarani, Londrina, Operário, Sampaio Corrêa, Sport e Vila Nova.

Esses clubes também demonstram preocupação com um dos aspectos que fará parte do cálculo para se chegar à divisão dos 25% referentes a exposição de mídia.

De acordo com o estatuto, a equação terá cinco pilares: média de público nos estádios; base de assinantes de cada um dos clubes nos pacotes de streaming referentes ao campeonato organizado pela Libra; número de seguidores acumulados e engajamento nas cinco principais redes sociais; audiência na TV aberta; e tamanho de torcida.

A inclusão do engajamento nas redes sociais, porém, preocupa os clubes que ainda não aderiram à Libra por ser um aspecto suscetível a manipulações, como a compra de seguidores, por exemplo.

Já do lado dos clubes que fecharam com a Libra há resistência em abrir mão do modelo 40-30-30, similar ao atual acordo com o Grupo Globo.

No entanto, já há um movimento, também, para a busca por um consenso sobre o assunto para avançar logo dessa fase e começar a negociação para a criação definitiva da liga.

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