ESPORTES
Marcos Alvino se destaca nas competições com quatro recordes batidos, mostrando que disciplina e dedicação são os pilares de sua jornada rumo ao Mundial de Força
Da Redação
03/05/2025 - sábado às 09h00
O que parecia apenas um escape se transformou em paixão. E a paixão, em força. Aos 37 anos, Marcos Alvino do Santos vive o auge de uma trajetória improvável: começou a treinar aos 21, movido por questões emocionais e de saúde, e hoje figura entre os principais nomes do powerlifting brasileiro. Em sua primeira temporada como competidor, já acumula títulos no Campeonato Paulista e no Arnold Classic — segunda maior competição multiesportiva do mundo.
Natural de Santos, mas morador de São Vicente desde os sete anos, Marcos carrega no corpo o resultado de anos de disciplina. "Eu era muito magro, mesmo. Treinava para ter força, não estética. Só depois de muito tempo cogitei competir", conta. Inspirado por nomes como Hafthór Björnsson e Mitchell Hooper, começou a estudar mais sobre o esporte e decidiu dar o próximo passo: sair dos treinos para os palcos. "Demorei, mas quando comecei, quis fazer tudo com qualidade."
O powerlifting — modalidade praticada em mais de 100 países — mede a força bruta por meio de três levantamentos principais: agachamento, supino e levantamento terra. No entanto, Marcos atua no powerbiceps, categoria que ganha espaço nos grandes eventos e exige força muscular, técnica e domínio. Com o joelho ainda em recuperação, optou por focar nessa vertente, sem pressa e com estratégia.
A estreia não poderia ser melhor. Em março, o Campeonato Paulista foi realizado em São Vicente — quase como um sinal do destino. Na cidade onde cresceu, venceu na categoria até 140kg, bateu quatro recordes e garantiu vaga no Arnold Classic. Lá, brilhou novamente: saiu campeão e foi eleito o melhor atleta da categoria, com direito a mais três recordes quebrados.
"Nem nos meus melhores sonhos imaginei subir no palco do Arnold e sair de lá com título e troféu. Foi surreal", relembra. Atualmente, lidera o ranking nacional e está classificado para o Mundial de Powerlifting, que será disputado em outubro, em Balneário Camboriú. O objetivo? Simples e ambicioso: vencer o Mundial e, depois, conquistar títulos no Pan-Americano e em tudo o que estiver ao alcance. "Agora que comecei, não quero mais parar", afirma.
Além da rotina como policial militar, Marcos enfrenta os altos custos do esporte. Alimentação específica, suplementação e viagens exigem organização e foco. "Dá pra comprar um carro com o que já gastei, mas vale cada centavo", brinca. Em agosto, pretende competir no Rio de Janeiro, mesmo sem pretensões classificatórias. "Só pra estar entre os atletas e me divertir."
Para quem está começando, Marcos deixa um recado sincero: "Se você quer, corre atrás. Um ano atrás eu nem pensava em competir, hoje sou campeão. Tem gente que desanima você, até os mais próximos. Mas com disciplina e paciência, o resultado vem. Força não é só física — é acreditar mesmo quando ninguém mais acredita."
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