Alexandre Wakil Burzichelli
04/07/2025 - sexta às 15h58
Otorrinolaringologista da APM Santos explica como fones de ouvido e shows barulhentos podem causar perda auditiva irreversível, especialmente entre os jovens
Celebrado em 13 de julho, o Dia Mundial do Rock nasceu em homenagem ao icônico festival beneficente Live Aid, realizado em 1985, que reuniu grandes nomes do rock como Queen, Led Zeppelin e U2 em shows simultâneos transmitidos para o mundo inteiro. A data é uma celebração da cultura do rock, mas também pode ser um momento oportuno para lembrar de um alerta importante: o som alto que embala o gênero musical favorito de muitos pode trazer sérios danos à saúde auditiva — e, muitas vezes, de forma silenciosa.
Segundo o otorrinolaringologista Alexandre Wakil Burzichelli, da Associação Paulista de Medicina - Regional Santos (APM Santos), a exposição prolongada a volumes elevados, seja em shows ou com o uso de fones de ouvido, pode comprometer de forma irreversível as células sensoriais do ouvido interno, conhecidas como células ciliadas. “Essas células são responsáveis por captar os sons e, quando danificadas, não se regeneram. O prejuízo pode ser definitivo”, afirma.
Os principais problemas auditivos causados por essa exposição excessiva incluem perda auditiva, zumbidos constantes, hipersensibilidade a sons e a clássica sensação de ouvir, mas não entender, especialmente em ambientes ruidosos. “Mesmo sem dor ou incômodo imediato, a audição pode estar sendo afetada. O mais perigoso é que a perda auditiva provocada por sons altos pode ocorrer de forma lenta e só ser percebida anos depois, quando já está em estágio avançado”, alerta Burzichelli.
Com o avanço da tecnologia e o uso frequente de fones de ouvido, o problema se intensificou entre os jovens. Para o especialista, é fundamental seguir a chamada regra 60/60: usar os fones com no máximo 60% do volume máximo e por até 60 minutos seguidos, sempre com pausas. “Além disso, é melhor optar por fones que isolam o ruído externo, pois assim o usuário evita aumentar o volume para competir com o barulho ao redor”, orienta.
Outro cuidado essencial é com os shows e festivais de música, tão frequentes principalmente entre o público jovem. Nesses ambientes, o médico recomenda o uso de protetores auriculares específicos para música, manter distância das caixas de som e fazer pausas auditivas após longas exposições. “São medidas simples, mas que podem fazer toda a diferença para preservar a audição a longo prazo”, reforça.
Entre os sinais de alerta que indicam possível dano à audição estão a dificuldade para entender conversas, sensação de ouvido tapado, zumbidos persistentes e aumento frequente do volume da TV ou celular. Diante de qualquer um desses sintomas, é indicado procurar um otorrinolaringologista.
Neste Dia Mundial do Rock, a dica é curtir seus artistas favoritos com consciência. Como diz o próprio especialista: “O rock pode ser eterno, mas a audição não é. E ela merece o mesmo cuidado que temos com a nossa visão ou com o coração”.
Sobre a APM Santos
A Associação Paulista de Medicina – Regional Santos é uma entidade do terceiro setor, sem fins lucrativos, que atua na representação dos médicos da cidade e da região, promovendo o desenvolvimento profissional, científico e social da categoria. Sua sede está localizada na Avenida Ana Costa, nº 388, no coração da cidade de Santos.
A APM Santos integra a estrutura da Associação Paulista de Medicina (APM), composta por 14 Distritais, mais de 60 Regionais e Núcleos ativos, além de dezenas de Departamentos e Comitês Científicos. A entidade é federada à Associação Médica Brasileira (AMB), que, por sua vez, é filiada à World Medical Association (WMA).
Comprometida com a valorização da medicina e a qualificação da assistência à saúde, a APM Santos participa ativamente da formulação de políticas públicas, tanto no Sistema Único de Saúde quanto no setor suplementar. Sua atuação se estende ao Congresso Nacional, Assembleia Legislativa, Câmaras Municipais, Conselhos de Saúde, ANS, Anvisa e outros órgãos dos poderes Legislativo e Executivo, sempre em defesa dos interesses dos médicos e da população.
Além disso, a regional promove congressos, cursos, jornadas e diversas atividades de educação médica continuada, estimulando a atualização constante dos profissionais. Os médicos associados também contam com uma série de serviços voltados à prática diária, além de parcerias com empresas que oferecem descontos em produtos e serviços variados.
A APM Santos mantém ainda um compromisso permanente com a sociedade, realizando campanhas de saúde, ações sociais e iniciativas de responsabilidade cidadã, reforçando seu papel como entidade de relevância médica e social.
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