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O que esperamos do outro?

Ana Paula Nunes Viveiros Valeiras - Doutora em Ecologia e Saúde Ambiental, especialista em saúde pública e chefe do Departamento de Vigilância em Saúde de Santos

Ana Paula Viveiros Valeiras

22/08/2021 - domingo às 16h04

Temos vivenciado momentos marcados por conflitos nas relações humanas, mais ou menos acentuados em diferentes partes do Planeta. Desinteresse com o ser humano, doenças que têm conduzido milhares de pessoas à morte, manifestações ideológicas exacerbadas de pessoas e grupos, político-partidárias ou não, mas também encontramos pessoas que promovem paz e a concórdia; que vivenciam a solidariedade com várias ações beneméritas, verdadeiros “heróis” que estão destinados a amenizar o sofrimento existente. Temos uma transformação acelerada e constante no nosso globalizado mundo e muitos desafios novos. Estamos vivendo numa época assinalada por duas significativas realidades: o desenvolvimento científico e tecnológico e o vazio existencial. É perceptível que as conquistas científico-tecnológicas melhoram a qualidade de vida porque proporcionam avanços no campo da saúde, da educação, da comunicação, entre outros. Mas ao mesmo tempo há um paradoxo, pois o vazio existencial aparece no cenário das relações interpessoais.

Adotarmos um comportamento mais proativo, olhar o outro, além de nós mesmos, ponderar... Não há dúvida o mundo e as relações humanas são complexas, repletas de desafios. No mundo atual parece que tudo é extremamente provisório. O “aqui e agora”. Mas a própria ideia de “aqui” é absolutamente questionável.

No mundo de hoje devemos refletir o desaparecimento da permanência. Tudo é descartável. Mas quando pensamos no aumento da expectativa do tempo da vida humana, fica muito contraditório. Quanto mais tempo vive o homem, menor o tempo de cada uma de suas coisas.

Conhecer e respeitar opiniões diferentes são desafios da vida em sociedade. Acredito que compreender a diversidade existente no mundo, nos esforçar em manter relacionamentos saudáveis e verdadeiros com as pessoas que fazem parte do nosso convívio social, aprendendo a lidar com as divergências de forma respeitosa é o caminho que devemos trilhar. É natural que surjam divergências, opiniões variadas, conflitos, assim como também é aceitável que o direito de discordar é inerente a toda a consciência livre.

Todos nós temos expectativas quando o foco é a relação interpessoal.  E frente às nossas escalas de valores que se apresentam em todos os lugares, somos portadores de ambições e interesses.

Minimizar nossas expectativas, dar oportunidade ao mundo e possibilitar que as pessoas nos surpreendam positivamente, buscar por uma vivência equilibrada e, por consequência, assumir uma atitude mais aberta, menos expectante será um ganho que o mundo atual nos será grato.

Iniciemos, portanto, imediatamente, nossa reaprendizagem como ouvintes atentos, interativos e inteligentes, assumindo que todos somos pessoas fazendo as coisas da melhor forma, e que estamos em constante aprendizagem e transformação.

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