Márcio França vai substituir José Serra no Senado Federal

Um apoiado por Lula e o outro por Jair Bolsonaro. Se alguém ainda tinha dúvida sobre a influência da polarização nacional na eleição nos Estados, a disputa por uma cadeira no Senado Federal por São Paulo, maior e mais rico Estado da Federação, ratifica esse cenário.

Candidato da coligação Juntos por São Paulo, o ex-governador Márcio França, do PSB, aparece em primeiro na disputa ao Senado, com 34,5% das intenções de voto, 11% a mais que o segundo colocado, o astronauta Marcos Pontes, do PL, com 23,5% das citações. Ele compõe a chapa São Paulo Pode Mais, que tem Tarcísio de Freitas como candidato ao Governo do Estado.


França e Pontes em momento algum chegaram a travar um duelo direto pela preferência do eleitor, uma vez que o ex-governador manteve durante toda a campanha uma distância confortável do ex-ministro da Ciência e Tecnologia. Tendo entrado na disputa no prazo limite para o registro das candidaturas, Marcos Pontes superou nomes dentro da própria base bolsonarista, como Carla Zambelli (PL), e também fora dela, caso da deputada estadual Janaína Paschoal (PRTB), que viu suas chances de eleição minguarem, com a curva de crescimento da candidatura Pontes.

Mas a verdade é que faltando apenas um dia para as eleições, os 11% de vantagem impostos por França mandam para o espaço as pretensões do astronauta.

O ex-governador paulista vai compor o trio de senadores por São Paulo a partir 1º de fevereiro de 2023, ao lado de Mara Gabrilli, do PSDB, e de Alexandre Giordano, do MDB, que assumiu a vaga conquistada por Major Olímpio, morto por covid em março de 2021. França assume o lugar de José Serra (PSDB), que disputa uma vaga na Câmara dos Deputados.

Os demais candidatos ao Senado por São Paulo acabaram por apresentar um desempenho muito aquém das expectativas, principalmente levando em consideração o peso político de alguns dos nomes. Na terceira posição do levantamento Badra aparece o ex-deputado Edson Aparecido (MDB), com 2,8% das intenções. A deputada estadual Janaína Paschoal foi citada por 2,4% dos entrevistados e é seguida por Ricardo Mellão, do Novo, com 2,1%; Vivian Mendes (UP), com 2,0%; Antônio Carlos (PCO), com 1,6%; Aldo Rebelo (PDT), com 1,6%; Professor Tito Bellini (PCB), com 0,8%; Dr. Azkoul (DC), com 0,7% e, na lanterna, Mancha Coletivo Socialista (PSTU), com 0,2%. Os indecisos somam 16% e branco, nulo e ninguém, 11,7%.



Do tipo quantitativa, a pesquisa da Badra Comunicação foi realizada entre os dias 27 e 29 de setembro, de forma presencial, em pontos de fluxo de 59 diferentes municípios do Estado de São Paulo. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. O levantamento está registrado na Justiça Eleitoral sob os números BR-05750/2022 e SP-06525/2022.

O instituto Badra - Segundo a plataforma Pindograma, que mede o desempenho dos institutos de pesquisa, a Badra Comunicação tem a nota B+, a mesma atribuída, por exemplo, ao Datafolha e ao Atlas Intel. O ranking é organizado levando em consideração, principalmente, o nível de acerto dos institutos.

Nas últimas semanas o instituto tem feito uma provocação ao eleitor no sentido de que compare os números dessa pesquisa Badra com o resultado das urnas, no próximo domingo, dia 2. “É assim que se constrói credibilidade. Quando a pesquisa é realizada com método, técnica de apuração em campo e imparcialidade, não tem como o resultado ser muito diferente do expresso pelo eleitor nas urnas. E é isso que a Badra persegue diariamente”, destaca o jornalista Maurício Juvenal, analista de dados do instituto.