Mais de 33% assinariam um cheque em branco para o presidente Jair Bolsonaro

A expressão cheque em branco tem alguns diferentes significados. No sentido literal da palavra, nada mais é do que uma folha de talão de cheques que ainda não foi preenchida. Já no sentido figurado, é um termo utilizado para demonstrar que estamos dando confiança para uma pessoa fazer determinada coisa da forma como preferir.

Mas há ainda um outro sentido, onde uma pessoa dá uma folha de cheque assinada para outra, mas sem estipular um valor, que será definido pelo recebedor e utilizado como ele bem entender. E se tratando de confiança, este é um ano de eleições presidenciais. No dia 2 de outubro, o eleitor vai depositar na urna eletrônica toda sua confiança e esperança por dias melhores no candidato que julgue capaz de governar o País da melhor maneira.

Diante disso, o Portal BS9 quis saber em sua última enquete: "Para qual desses personagens da política brasileira você assinaria um cheque em branco?". No total, 33,64% dos internautas responderam Jair Bolsonaro, 30% optaram pelo ex-presidente Lula, 26,36% votaram em "nenhum deles" e outros 10% escolheram Sergio Moro.

Para o cientista político Fernando Chagas, colunista do Portal BS9, a pergunta da enquete testa a confiança do eleitor nos candidatos à Presidência da República e a honestidade dos políticos na posse do dinheiro público. 

"Nesse contexto, parece que o povo não está preocupado a corrupção neste momento, tanto o ex-Presidente Lula (PT) está em segundo lugar atrás do atual Presidente Bolsonaro (PL), apesar dos escândalos financeiros revelados pela Operação Lava Jato no Governo do PT e das denúncias de rachadinhas de salários dos assessores dos filhos do Chefe da nossa Nação num passado recente. Enquanto isso, o ex-juiz Moro (Podemos), paladino da justiça na Lava Jato, aparece apenas em terceiro lugar, quando deveria liderar esse tipo de enquete, justamente porque apresenta o combate à corrupção na política a sua principal proposta de campanha eleitoral e o remédio para resolver todos os males do País", explica. 

Chagas diz ainda que isso demonstra claramente que a eleição presidencial de 2022 deverá ser mesmo polarizada entre Lula e Bolsonaro, independentemente da questão em debate, dificultando o aparecimento uma terceira via para quebrar esse embate, travado pelos dois políticos mais populares do Brasil.

"Com certeza, a enquete antecipa a batalha violenta, que dominará a disputa pela Presidência da República em outubro entre os candidatos Lula e Bolsonaro, pelo simples fato de que somente os dois políticos sabem atingir os sentimentos da maioria dos eleitores brasileiros, cada um falando para o seu público de forma convincente e carismática".

Para Chagas, a tendência da eleição presidencial deste ano é a consolidação do quadro atual, que apresenta um cenário com a liderança do Lula em torno de 40% da intenção dos votos, seguido de Bolsonaro com cerca de 25% da pretensão de sufrágios dos brasileiros, levando ambos os candidatos para disputar a eleição nacional num clima de batalha acirrada jamais vista em nosso território.

"Caso não ocorra nenhum fato imponderável, a disputa pela Presidência da República em 2022 será dividida entre o ex e o atual Presidentes, que devem buscar o voto do eleitor, para ganhar o pleito deste ano, abrindo pouco espaço para o aparecimento da propalada terceira via, em razão da falta de tempo para o convencimento do eleitor e principalmente pela inexistência de uma proposta diferente, que possa mudar o rumo da eleição ou reeleição", finaliza.