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Vida e morte no esporte: o 3 de junho marca a partida de Muhammad Ali e o nascimento de Mário Filho

Data reúne dois ícones que, em diferentes continentes e modalidades, transformaram o esporte em palco de cultura, política e identidade popular

Robson de Castro

03/06/2025 - terça às 23h50

No dia 3 de junho, o calendário esportivo carrega um simbolismo raro: nesta data nasceu Mário Filho, em 1908, e morreu Muhammad Ali, em 2016. Separados por tempo, idioma e modalidade, ambos partilham uma ligação essencial com o esporte como força cultural e transformadora da sociedade.
 

Muhammad Ali morreu em 3 de junho de 2016, aos 74 anos, em Phoenix, nos Estados Unidos. Diagnosticado com mal de Parkinson desde 1984, enfrentou a doença por mais de três décadas. A causa oficial da morte foi um choque séptico. Mais do que um boxeador, Ali foi um símbolo global. Três vezes campeão mundial dos pesos-pesados, converteu-se ao islamismo e se recusou a lutar na Guerra do Vietnã, pagando com a suspensão de sua licença e a perda de seus títulos. Fora dos ringues, tornou-se um dos maiores ícones dos direitos civis e da resistência negra no século XX.

 

Mário Filho nasceu no Recife em 3 de junho de 1908. Filho do jurista Mário Rodrigues, mudou-se ainda criança para o Rio de Janeiro. Começou no jornalismo aos 18 anos e tornou-se o mais influente cronista esportivo do país. Fundador do Jornal dos Sports e responsável por popularizar o futebol com linguagem acessível e emoção narrativa, Mário ajudou a consolidar o esporte como parte central da identidade brasileira. Foi ele quem criou o termo “Fla-Flu” e liderou a campanha pela construção do Estádio do Maracanã, que hoje leva seu nome oficial. Morreu em 17 de setembro de 1966, aos 58 anos, vítima de um infarto.

 

Ali e Mário Filho transformaram o esporte em palco. Um com os punhos e a voz; o outro com a caneta e a crônica. Ambos compreenderam que a disputa atlética ia além do placar: ela dizia respeito à raça, ao povo, à memória. Em 3 de junho, o tempo liga o nascimento de um contador de histórias à despedida de um protagonista imortal.
 

 

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