SURPRESA NO CÉU DE SP
Volume de descargas elétricas cresceu mais de 360% entre maio e julho, pressionando setores como energia e infraestrutura a reavaliarem riscos climáticos e o planejamento para o período chuvoso
Da Redação
11/08/2025 - segunda às 14h04
A cidade de São Paulo registrou 148 raios do tipo nuvem-solo entre os meses de maio e julho de 2025. Isso representa um aumento de mais de 360% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registradas 32 descargas. A maior parte delas ocorreu em junho (97) e maio (51), meses tradicionalmente secos e com baixa atividade elétrica. Os dados são da Climatempo – a maior e mais reconhecida empresa de consultoria meteorológica e previsão do tempo do Brasil e da América Latina, e revelam um comportamento fora do padrão climático, levantando preocupações importantes para os setores de energia e infraestrutura, que dependem de previsibilidade para garantir a continuidade de serviços, execução de obras e segurança de ativos.
"Essa concentração de raios em um período em que normalmente não há atividade elétrica desse tipo indica uma mudança importante na distribuição dos eventos atmosféricos extremos", explica Ana Clara Marques, meteorologista da Climatempo. "Os sinais de desorganização do ciclo sazonal podem antecipar uma temporada de chuvas mais intensa ou irregular, o que exige atenção desde já por parte de setores estratégicos", reforça Ana Clara.
O que esperar da temporada de chuvas de 2025?
Segundo a Climatempo, a estação chuvosa, que costuma se intensificar entre setembro e novembro, pode apresentar maior frequência de raios e tempestades localizadas, bem como um aumento de rajadas de vento e granizo e o deslocamento ou concentração de eventos extremos em curtos períodos.
Para Vitor Hassan, Head Comercial de Energia da Climatempo, essas alterações impõem riscos crescentes à rede de distribuição, subestações e transformadores. "A antecipação de tempestades elétricas fora do padrão sazonal acende um sinal claro para o setor: não basta saber que vai chover, é preciso entender como, onde e com que intensidade os impactos ocorrerão", adverte.
Ele acrescenta que o aumento expressivo na atividade de raios exige estudos mais profundos sobre sua severidade e uma preparação mais inteligente da rede elétrica, tanto de distribuição quanto de transmissão. "Identificar as regiões e os tipos de tempestades com maior risco de interrupção é um passo fundamental para orientar investimentos, proteger ativos e garantir resposta rápida em campo."
Impacto na infraestrutura em obras e operações
Empreendimentos de engenharia civil, saneamento, transporte e telecomunicações são igualmente sensíveis a mudanças climáticas. De acordo com Thiago Aires, Head Comercial de Infraestrutura da Climatempo, obras e outras operações a céu aberto que antes seguiam cronogramas estáveis, hoje enfrentam paralisações, danos e riscos operacionais crescentes pela instabilidade do clima. "Planejar apoiado somente em comportamento médio é um risco muito grande. É necessário antecipar o comportamento esperado para planejar e acompanhar a evolução das condições para proteger e otimizar o trabalho em campo e a execução dos projetos", avalia.
Diante da crescente imprevisibilidade climática e da frequência de eventos extremos fora de época, empresas que atuam em setores sensíveis ao clima, como energia e infraestrutura, têm buscado apoio especializado para integrar a variável climática em seus processos decisórios.
Nesse cenário, a Climatempo atua como parceira estratégica, oferecendo estudos e ferramentas que transformam dados meteorológicos em informações aplicáveis à operação, manutenção, investimentos e segurança. O estudo de caracterização climática da Climatempo fornece um panorama técnico e estratégico, incluindo:
Dados históricos de extremos climáticos na localidade do cliente
Projeções de longo prazo com base em cenários de mudança climática
Avaliação de impacto por setor e recomendações específicas para adaptação e planejamento
Monitoramento e alertas de eventos extremos
Para o Head Comercial de Infraestrutura da Climatempo, incorporar esse tipo de inteligência climática ao planejamento de obras e redes de energia permite mitigar riscos operacionais, antecipar falhas críticas e fortalecer a resiliência das operações, especialmente em um contexto de mudanças rápidas e não-lineares do clima.
"Além de apoiar o desenvolvimento de planos de contingência, realocação de recursos e definição de prioridades de manutenção, nossos diagnósticos ajudam empresas a dialogar com agências reguladoras, seguradoras e stakeholders estratégicos com base em evidência técnica", afirma Thiago Aires, ao acrescentar que incorporar esse tipo de inteligência climática ao planejamento de obras e redes de energia permite mitigar riscos, evitar prejuízos e tomar decisões embasadas, diante de um cenário climático cada vez mais volátil.
Sobre a Climatempo
A Climatempo é a maior e mais reconhecida empresa de consultoria meteorológica e previsão do tempo do Brasil e da América Latina, oferecendo soluções personalizadas para diversos setores da economia. Com tecnologia avançada e uma equipe de especialistas altamente qualificada, a empresa fornece previsões precisas e análises climáticas estratégicas para auxiliar na tomada de decisão em segmentos como energia, infraestrutura, agronegócio, setores públicos, entre outros. Para o público em geral, fornece informações sobre o clima por meio do seu website e aplicativos. Juntos, esses canais alcançam, em média, 20 milhões de usuários mensalmente.
Comprometida com a inovação, foi a primeira empresa privada a oferecer análises climáticas customizadas no mercado brasileiro e, em 2015, instalou o LABS Climatempo no Parque de Inovação Tecnológica de São José dos Campos (SP), para atuar na pesquisa e no desenvolvimento de soluções para tempo severo, energias renováveis (eólica e solar), hidrologia, comercialização e geração de energia, navegação interior, oceanografia e cidades inteligentes.
Fundada em 1988, a Climatempo foi adquirida, em 2019, pela StormGeo, empresa líder global em serviços de inteligência meteorológica e suporte à decisão, sediada na Noruega, com presença em 26 países e 550 funcionários, e que, desde 2021, integra o grupo Alfa Laval, líder global no fornecimento de produtos nas áreas de transferência de calor, separação e manuseio de fluidos.
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