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Psiquiatra tira dúvidas sobre o canabidiol e seus benefícios

Houve um aumento do interesse das pessoas pelo tratamento à base de cannabis medicinal, algo que, pelo que se espera, irá aumentar.Existe também uma evolução das pequisas sobre o produto, que tem se mostrado eficar no tratamento de diversas doenças

da Redação BS9 - Victor Persico

17/04/2023 - segunda às 14h41

Diferente do que se imagina, o óleo não está associado em dependência química, diferente de muitos medicamentos" - Freepik

O consumo de produtos à base de cannabis tem aumentado anos após ano. Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Canabinoides (BRCANN), a sua comercialização aumentou 304% em 2022, resultando em 155,8 mil unidades entre janeiro e dezembro de 2022, contra 38,6 mil em 2021.

A sua importação tambémsubiu, onde foram solicitadas 79.995 novas autorizações para importação de produtos medicinais de cannabis, o que representa um crescimento de 99% sobre os números registrados no ano anterior.

Ao que tudo indica, houve um aumento do interesse das pessoas pelo tratamento à base de cannabis medicinal, algo que, pelo que se espera, irá aumentar.Existe também uma evolução das pequisas sobre o produto, que tem se mostrado eficar no tratamento de diversas doenças, sinalizando uma contribuição para a melhora da qualidade de vida dos pacientes.

Segundo o Dr. Rondinelli Salvador, Psquiatra e professor de Psiquiatra, os componentes da cannabis possuem um alto potencial medicinal.

"A cannabis sativa e a maconha são sinônimos. Enquanto uma é o nome técnico dado para a espécie, à partir de uma nomenclatura científica, a maconha é o nome dado popularmente em nosso país".

Sobre o CBD e THC, explica que "essas duas substâncias são encontradas na folha da Cannabis Sativa e tem propriedades distintas. O CBD carrega a capacidade de interagir com quem reconhece como receptores canabinoides, que está presente no cérebro e tem diversas funções e permitem que faça o uso terapeutico da cannabis. O THC é a substância responsável pelos efeitos euforizantes, como chamamos na psiquiatria. Por exemplo, a leveza, o riso frouxo, sensação de relaxamento, certa leveza no corpo, sensação de analgesia. Há pessoas que podem ter até morfismo corporal, quando sente mudanças corporais", explica.

"O THC em doses baixas potencializa o efeito do CBD sem que provoquem os efeitos euforizantes, que deixa a pessoa, popularmente conhecida como chapada".

Leis Brasileiras e Canabidiol

Sim, hoje em dia é possível. De 2018 para cá, houveram medidas tomadas pelo STF onde permitiram o chamado "uso medicinal da cannabis". "Após passar por uma consulta por um médico prescritor da cannabis sativa, é possível comprar medicações. Inclusive, na farmácia você encontra produtos à base de cannabidiol".

Tratamento

A via de administração atualmente é o óleo CBD, onde tem diversas associações que produzem e você pode importar. Contudo, "esse tratamento varia segundo o diagnóstico que a pessoa tem e suas particularidades. De forma geral, você encontra o uso dessa substância pelo período que envolver a causa do diagnóstico. Em situações onde a pessoa tem um transtorno mental de curta duração, então o período de uso será de curta duração. Se for uma doença crônica, ela utilizará durante ao longo de toda sua vida".

A Cannabis Sativa no organismo

Dr. Salvador explica que, "o corpo é formado por diversos orgãos que possuem tecidos, logo tem células. Para que um orgão funcione ele deve ter um certo funcionamento celular também, operando sobre certos parametros. Na superfície das células há receptores, que tem como função colocar pra dentro ou pra fora certas substâncias. Pensando no cérebro, que tem inúmeros neurônios, que compõe tecidos, células e receptores canabinoides. Quando estimulados, na presença do CBD, ele pode deixar a pessoa calma, ou mais ansiosa, ou mais ativa, ou menos ativa, diminuir a sensação de dor. Depende do modo em que está sendo utilizado". 

Benefícios

Por ser fitoterápico, ser uma planta, há países em que é possível cultivar a planta, o que diminui os gastos, aumentando a autonomia da pessoa que está se cuidando e da possibilidade de ter menor impacto no meio ambiente. "Diferente do que se imagina, o óleo não está associado em dependência química, diferente de muitos medicamentos. Há também o fator de que não está associado à crise de abstinência, não precisando fazer retirada gradual. O cannabidiol tem também uma lista bem pequena de efeitos colaterais. Crianças com autismo, idosos com alzheimer, mulheres com fibromialgia utilizam. Como tem um perfil seguro de interação com outros medicamentos, as pessoas se sentem seguros por não ter os efeitos colaterais parecidos com outros medicamentos", conta Dr. Salvador.

Há evidências robustas no tratamento da epilepsia, o que foi importante na discussão sobre o diagnóstico par ao Supremo ter liberado o uso em outros quadros. Há uso por pessoas com dor crônica, fibromialgia, transtornos mentais como toque, autismo, alzheimer, insônia, transtorno de stress pós-traumático e ansiedade generalizada.

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