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MEIO AMBIENTE

Programa da APS monitora presença e apoia conservação de tartarugas marinhas no Porto de Santos

O Monitoramento de Quelônios reúne onze anos de informações sobre a presença e o comportamento de espécies no estuário

Da Redação

20/11/2025 - quinta às 09h00

De binóculo e planilha nas mãos, Thiago Macek estreita os olhos para confirmar o avistamento. É uma Chelonia mydas, a tartaruga-verde, espécie mais frequente no estuário do Porto de Santos. A quinta do dia.

Thiago é biólogo da Autoridade Portuária de Santos (APS) e uma de suas atribuições é sair a campo para apoiar as atividades de registro da presença e observação dos hábitos de tartarugas marinhas na região de influência do canal do Porto. Na última navegação, realizada na quinta-feira (13), foram vinte registros.

Trata-se do Subprograma de Monitoramento de Quelônios, uma das várias frentes de atuação ambiental da empresa condicionadas pela Licença de Operação nº 1382/17, do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Sob gestão da Gerência de Meio Ambiente da APS, a ação monitora semanalmente seis pontos em um perímetro que vai da Ilha Barnabé, em Santos, à Ilha das Palmas, em Guarujá.

Desde janeiro 2021, a iniciativa registrou mais de 540 avistamentos de tartarugas. Em 2025, foram 222, com destaque para a Ponta da Praia (141) e Ilha das Palmas (47). Além da tartaruga-verde, o subprograma já contabilizou a presença da Eretmochelys imbricata, a tartaruga-de-pente.

 

A literatura também relata a existência de outras três espécies nas águas da Baixada Santista e do litoral paulista, embora mais raras e sem avistamentos recentes na região portuária: a Caretta caretta (tartaruga-cabeçuda), Lepidochelys olivacea (tartaruga-oliva) e a Dermochelys coriácea (tartaruga-de-couro).

Conservação

A bordo de uma lancha aberta, Thiago também mede a profundidade do leito, a temperatura, a acidez e os níveis de visibilidade das águas do estuário. Os dados, que atravessam onze anos de acompanhamento, são fundamentais para orientar políticas de conservação e acompanhar o impacto das operações portuárias na vida marinha.

“No caso das tartarugas, queremos ter certeza de que as operações portuárias não estão reduzindo a população local”, explica o biólogo. “Além de ser uma condicionante da Licença de Operação do Porto, é gratificante poder contribuir para compreender os hábitos e preservar a biodiversidade na área portuária”, completa.

A Autoridade Portuária de Santos também adota outras estratégias de proteção da vida marinha. A dragagem de manutenção da profundidade do canal, por exemplo, conta com defletores de tartarugas, que atuam como uma barreira física e sensorial para os animais e evitam incidentes.

A tecnologia utiliza correntes flexíveis colocadas à frente do braço da draga. As correntes oscilam e perturbam suavemente a área à frente da dragagem, afastando animais do local de operação. Outra medida é o estabelecimento de uma altura máxima de ativação e desativação das bombas de sucção da draga.

Ao todo, são mais de 20 programas e subprogramas de monitoramento e controle ambiental sob gestão da APS. Além dos quelônios, as ações incluem o monitoramento do plâncton (pequenos organismos flutuantes), da macrofauna bentônica (animais que vivem enterrados no solo marinho, como crustáceos, moluscos e anelídeos), de espécies exóticas marinhas e de aves.


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