Plano para socorrer setores afetados e negociações envolvendo terras-raras

A cobrança das tarifas de 50% aos produtos brasileiros impostas pelo governo dos EUA entrarão em vigor em breve. O governo elaborou um plano de contingência para ajudar as empresas afetadas, mas ainda não foi divulgada uma data oficial para o anúncio. Há expectativa que isso possa acontecer ainda nesta quarta (06.08).

O plano foi formulado pelos Ministérios da Fazenda; do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; das Relações Exteriores e pela Casa Civil. Os ministros ouviram as demandas de vários empresários em reuniões em Brasília. O plano deve trazer várias medidas como soluções de crédito, compras governamentais.

Já em relação a continuidade das negociações tarifárias com os Estados Unidos, o ministro Fernando Haddad admitiu que os minerais críticos e as terra-raras podem entrar na conversa. Segundo ele, um acordo sobre os dois temas pode ser assinado com o governo norte-americano.  

Atualmente, os minerais críticos, como lítio e nióbio, são usados para a produção de baterias elétricas e em processadores de inteligência artificial (IA). Desde maio, governo discute um novo marco regulatório para a IA e datacenters, que são centros de processamento de dados.

Entenda o interesse norte-americano no nosso minério

Em meio a guerra tarifária imposta por Trump, o governo brasileiro foi informado que os Estados Unidos querem acesso a esses minerais estratégicos, já que não são ricos neles. E todas as grandes inovações atuais dependem desses minerais. 

As chamadas terras-raras, por exemplo, são um grupo de 17 elementos químicos encontrados em vários países. Eles são usados na fabricação de smartphones, televisores, câmeras digitais e LEDS. Mas, a maior parte desses minerais está concentrada em dois pontos do mundo: na China e no Brasil.  Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME) o nosso país tem a segunda maior reserva do mundo, que representa 25% do território terrestre. 

O uso mais importante dessas substâncias hoje está na fabricação de imãs permanentes. Esses elementos também são fundamentais para a indústria de defesa e são usados em aviões de caça, submarinos e equipamentos a laser. Com toda essa importância estratégica, o valor comercial é altíssimo.