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No aniversário de Armstrong, países renovam corrida espacial e ampliam presença fora da Terra

Missões em 2025 mostram como a exploração espacial influencia o cotidiano e a soberania das nações

Robson de Castro

05/08/2025 - terça às 18h49

Neil Armstrong nasceu há exatos 95 anos, em 5 de agosto de 1930. Primeiro homem a pisar na Lua, em 1969, o astronauta norte-americano tornou-se um dos maiores símbolos da capacidade humana de explorar o desconhecido. Sua frase — “um pequeno passo para um homem, um salto gigantesco para a humanidade” — marcou o século XX e segue sendo lembrada como ponto de partida da era espacial moderna.


Hoje, a corrida por presença no espaço não envolve apenas Estados Unidos e Rússia, como na Guerra Fria, mas também países como China, Índia, Japão e os integrantes da União Europeia — além de iniciativas comerciais e, de forma mais modesta, o Brasil. A exploração espacial se consolidou como elemento estratégico, com forte impacto na economia, na tecnologia e no cotidiano de bilhões de pessoas.


Espaço influencia diretamente a vida na Terra

Ao contrário da percepção de que as missões espaciais servem apenas à ciência e à ambição das potências, os avanços fora da Terra têm aplicações diretas no dia a dia. Serviços como GPS, previsão do tempo, internet via satélite, monitoramento ambiental, telecomunicações, transações bancárias e até o funcionamento de aplicativos de transporte e delivery dependem de tecnologia espacial.


No caso do Brasil, o país ainda não possui um sistema próprio de navegação. Isso significa que toda a população depende de constelações estrangeiras, como o GPS dos EUA, o Galileo da União Europeia, o Beidou da China e o Glonass da Rússia. A ausência de um sistema nacional limita a autonomia e a soberania tecnológica brasileira.


 

Estados Unidos investem em novo ciclo de exploração

Liderando a retomada das missões tripuladas, os Estados Unidos lançaram, neste mês, a missão Crew11, que levou astronautas à Estação Espacial Internacional (ISS), incluindo representantes do Japão e da Rússia — em um raro exemplo de cooperação internacional em meio a tensões geopolíticas.

 

Além disso, o programa Artemis, da NASA, prevê o retorno de humanos à Lua nos próximos anos, incluindo a primeira mulher e a primeira pessoa negra a pisarem no satélite. Outras iniciativas em andamento incluem:

- o desenvolvimento de um reator nuclear lunar para garantir energia na superfície da Lua;

- o telescópio Nancy Grace Roman, que começará a operar em breve;

- e missões interplanetárias como a Europa Clipper (rumo à lua de Júpiter), Psyche e Lucy (voltadas a asteroides).

 

Empresas como SpaceX, de Elon Musk, também são protagonistas, com seus foguetes reutilizáveis e projetos comerciais de transporte espacial.


 

China e Índia intensificam suas conquistas

A China segue ampliando sua presença no espaço. Em 2025, prepara o lançamento da missão Tianwen2, que irá coletar amostras de um asteroide e, posteriormente, de um cometa. A estação espacial chinesa continua em operação, e o país planeja enviar astronautas à Lua antes de 2030.

 

A Índia, por sua vez, colhe os frutos do sucesso da missão Chandrayaan3, que pousou no inexplorado polo sul lunar em 2023. Para os próximos anos, o país prevê a missão tripulada Gaganyaan, além da construção de sua própria estação espacial até 2035.


Japão e Europa apostam em inovação e ciência

O Japão, por meio da agência JAXA e de empresas como a ispace, prepara para o início de 2025 a missão M2/Resilience, que deve pousar um microrrover na Lua. Também coopera com a Índia na missão LUPEX, que estudará a presença de água nas regiões polares lunares.

 

A União Europeia, por meio da ESA, aposta na missão Space Rider, um veículo espacial reutilizável que deve ser lançado ainda este ano. Além disso, lidera iniciativas de observação da Terra com satélites como EarthCARE, Biomass e FLEX, voltados ao monitoramento do clima, vegetação e radiação solar.

 

De Armstrong ao futuro: o novo salto é coletivo

A presença no espaço tornou-se um ativo estratégico para países que desejam garantir autonomia tecnológica, segurança e competitividade. Neil Armstrong, cujo nascimento é lembrado neste 5 de agosto, personificou um marco da história — e seu passo na Lua ainda reverbera nas decisões e nos investimentos de hoje.

 

Ao invés de um único salto heroico, como em 1969, a nova corrida espacial é formada por múltiplos passos coordenados, vindos de vários cantos do planeta. E seu impacto não está só no céu — está na palma da mão de qualquer pessoa que use um GPS, acompanhe a previsão do tempo ou se conecte à internet.

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