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COP30

Mantas do Brasil destaca contribuição das comunidades pesqueiras da Baixada Santista na COP30

Painel vai evidenciar como o conhecimento tradicional pode impulsionar a economia azul e as metas climáticas do país

Da Redação

14/11/2025 - sexta às 18h00

O Projeto Mantas do Brasil, em parceria com a Petrobras e patrocínio da Autoridade Portuária de Santos (APS), empresa vinculada ao Ministério de Portos e Aeroportos do Governo Federal,  foi convidado para participar da COP30, em Belém (PA), e marcará presença com um painel exclusivo sobre "Pesca artesanal e economia azul", ao lado do Projeto Costamar, a convite do Instituto RedeMAR Brasil. O encontro acontece no dia 18 de novembro, das 11h às 12h30, no Prédio da Economia Criativa, na Zona Verde do evento.

O painel vai mostrar como os conhecimentos tradicionais das comunidades pesqueiras artesanais podem contribuir para políticas públicas de economia azul e ajudar o Brasil a cumprir suas metas climáticas.

O debate será mediado por William Freitas, presidente do Instituto RedeMAR Brasil, e contará com a participação de Thiago Costa, do Projeto Costamar; Paula Romano, coordenadora geral do Mantas do Brasil; Letícia Schabiuk, coordenadora executiva do Mantas do Brasil; Quêner Chaves dos Santos, do Ministério da Pesca; Líder Gongorra, liderança dos Povos do Mar; e Luena Maria, representante dos povos indígenas. Os painelistas discutirão caminhos para integrar o saber tradicional das comunidades à formulação de políticas públicas voltadas à economia azul e à conservação marinha.

"Nosso objetivo é mostrar que a conservação marinha e o desenvolvimento sustentável podem caminhar juntos. As comunidades costeiras acumulam saberes valiosos sobre o oceano e precisam ser ouvidas quando se fala em futuro climático", afirma Paula Romano, coordenadora geral do Mantas do Brasil.

O projeto defende que unir a ciência ao conhecimento tradicional é o caminho para uma economia azul verdadeiramente sustentável. "Os pescadores têm uma compreensão profunda dos ciclos naturais, dos comportamentos das espécies e da dinâmica do mar. Quando esses saberes se unem à pesquisa científica, conseguimos construir políticas públicas mais eficazes e adaptadas à realidade de cada região", explica Letícia Schabiuk, coordenadora executiva do projeto.

Durante o evento, o Mantas do Brasil vai compartilhar experiências práticas com pescadores da Baixada Santista, como o documentário Arrasta Maré, que retrata a tradição do arrasto de praia e a vivência das comunidades costeiras. A obra conta a emocionante história do Sr. Rocha, um dos últimos pescadores de arrasto de Santos. Uma jornada que mistura tradição e sobrevivência, revelando os desafios e a resistência de uma prática ancestral em meio às transformações do mundo moderno.

"Essas histórias mostram que a conservação não precisa ser excludente. Ao contrário, quando ela é feita com as pessoas, o resultado é muito mais duradouro e justo", destaca Letícia.

A instituição também apresentará ações voltadas à redução de impactos da pesca e ao monitoramento participativo das raias-mantas, com registros de avistamentos feitos por pescadores parceiros. "Atualmente recebemos relatos diretos dos pescadores sobre encontros com mantas. Essa troca mostra que é possível conservar e pescar de forma responsável, sem prejuízo para ninguém", reforça Paula.

O reconhecimento de que os oceanos são aliados essenciais no enfrentamento da crise climática está no centro da criação do Pacote Azul, plano global que busca acelerar soluções baseadas no potencial das águas para regular o clima e reduzir os impactos do aquecimento global. A iniciativa, lançada na COP30, está em sintonia com o debate proposto pelo Mantas do Brasil, ao destacar a importância dos ecossistemas marinhos e costeiros na absorção de carbono e na manutenção da vida no planeta.

A participação será uma oportunidade para ampliar parcerias e fortalecer o diálogo entre ciência, comunidades e gestão pública. "Queremos firmar novos compromissos e mostrar que inclusão e conservação precisam caminhar juntas. É sobre dar voz a quem vive no mar todos os dias e reconhecê-los como protagonistas da economia azul", conclui Letícia.

COP30

A capital do Pará, Belém, sedia a 30ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que ocorre de 10 a 21 de novembro. A cada ano, um país recebe o encontro, que tem como missão buscar formas de implementar a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, adotada em 1992 para estabilizar a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera.

São esperadas cerca de 50 mil pessoas. Haverá a participação de 15 mil representantes de movimentos sociais que participarão da Cúpula dos Povos. Estão confirmadas 143 delegações dos 198 países signatários dos tratados internacionais sobre o clima. A programação será dividida entre a zona azul, voltada às negociações oficiais, e a zona verde, onde estarão sociedade civil, instituições públicas e privadas e lideranças globais. Espaço em que o Mantas do Brasil marcará presença.

Realização

O painel é uma realização do Instituto RedeMAR Brasil, com participação do Projeto Costamar, parceria da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, e apoio da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Edinburgh Napier University, ESECMJ, Parna do Cabo Orange/ICMBio e das colônias de pescadores Z-6 e Z-2.

O Projeto Mantas do Brasil, fundado há mais de 10 anos em Santos, atua na preservação das raias-manta, uma das maiores espécies de raia do mundo. Desenvolve ações de conscientização, pesquisa e educação ambiental, e é uma realização do Instituto Laje Viva, ONG criada por mergulhadores indignados com a pesca e caça ilegal no Parque Estadual Marinho da Laje de Santos. A iniciativa conta com parceria da Petrobras e patrocínio da Autoridade Portuária de Santos (APS), empresa vinculada ao Ministério de Portos e Aeroportos do Governo Federal.

 

SERVIÇO

 

Painel "Pesca artesanal e economia azul"

Local: Prédio da Economia Criativa – Zona Verde, COP30, Belém (PA)

Data: 18 de novembro de 2025

Horário: das 11h às 12h30

Participantes: Instituto RedeMAR Brasil, Projeto Mantas do Brasil, Projeto Costamar, Ministério da Pesca, Povos do Mar e representantes indígenas.

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