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João Gilberto transformou a música brasileira com silêncio e perfeição

Entre a suavidade do violão e o rigor quase obsessivo pela perfeição, João Gilberto nasceu em 10 de junho de 1931 e se despediu em 6 de julho de 2019, deixando um legado eterno à Bossa Nova e um rastro de polêmicas e genialidade.

Robson de Castro

10/06/2025 - terça às 22h44

Poucos artistas marcaram tão profundamente a história da música brasileira quanto João Gilberto. Nascido em Juazeiro, na Bahia, em 10 de junho de 1931, ele revolucionou o modo de cantar e tocar violão, tornando-se o pai da Bossa Nova — um dos gêneros mais emblemáticos da cultura nacional.


Sua maneira inovadora de dedilhar o violão e sua voz contida, quase sussurrada, quebraram os padrões da música popular nos anos 1950. Em 1959, com o disco Chega de Saudade, João Gilberto apresentou ao mundo um novo jeito de fazer música: minimalista, refinado e profundamente brasileiro. A partir dali, influenciou gerações de músicos, inclusive fora do país — artistas como Stan Getz e Ella Fitzgerald renderam-se à sua sonoridade, ajudando a internacionalizar o gênero.


João não era apenas um músico: era um artesão sonoro. Sua obsessão por afinação perfeita e equilíbrio entre voz e instrumento tornaram famosas suas exigências em estúdio e em apresentações ao vivo. Sua rigidez artística, porém, caminhava lado a lado com uma personalidade reclusa e marcada por conflitos. Por trás do mito, havia um homem envolvido em disputas judiciais, isolamento extremo e até problemas com familiares e gravadoras.


Apesar disso — ou talvez por isso —, João Gilberto tornou-se uma figura quase mítica. Preferia a solidão ao estrelato, mas sua ausência das luzes nunca apagou o brilho de sua obra. Até seus silêncios soavam musicais. Mesmo relutante em conceder entrevistas ou fazer aparições públicas, continuava a ser reverenciado como mestre absoluto por artistas e críticos.


João se despediu em 6 de julho de 2019, no Rio de Janeiro, aos 88 anos. Sua morte marcou o fim de uma era, mas sua obra permanece viva, ressoando nos violões e vozes de quem ainda ousa cantar baixo e tocar com alma.


Em tempos de ruídos e excessos, João Gilberto permanece como o símbolo máximo de que, na música, o menos pode ser muito mais.

 

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