O QUE RELEMBRAMOS HOJE?
Religiosa baiana dedicou a vida aos pobres e doentes, fundou uma das maiores obras sociais do Brasil e se tornou a primeira santa nascida no país
Robson de Castro
26/05/2025 - segunda às 21h38
Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes nasceu em Salvador, no dia 26 de maio de 1914. Desde muito jovem, demonstrava compaixão pelos mais necessitados, acolhendo mendigos e doentes em sua casa ainda na adolescência. Aos 19 anos, ingressou na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus e passou a ser chamada de Irmã Dulce, em homenagem à mãe falecida.
Inicialmente, trabalhou como professora em um colégio mantido pela congregação, mas seu verdadeiro chamado estava nas ruas. Em 1935, passou a prestar assistência em comunidades pobres de Salvador, como Alagados, oferecendo cuidados médicos e apoio aos que viviam em condições precárias.
Em 1959, Irmã Dulce fundou as Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), que se tornariam um dos maiores complexos de saúde filantrópica do Brasil. A iniciativa começou de forma improvisada: ela ocupou um galinheiro ao lado do convento para abrigar doentes abandonados. Ali nasceria o Hospital Santo Antônio, que hoje realiza mais de cinco milhões de procedimentos por ano, sempre de forma gratuita.
A dedicação de Irmã Dulce ultrapassou fronteiras. Em 1988, foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz por suas ações humanitárias. Seu reconhecimento também veio da Igreja: foi beatificada em 2011 pelo Papa Bento XVI e canonizada em 13 de outubro de 2019 pelo Papa Francisco, recebendo o nome de Santa Dulce dos Pobres – a primeira santa brasileira.
Mesmo após sua morte, em 13 de março de 1992, aos 77 anos, sua obra continua viva e atuante. O Memorial Irmã Dulce, inaugurado em 1993, conserva sua história, seus objetos pessoais e o espírito de serviço que marcou sua trajetória. Sua vida foi retratada no filme "Irmã Dulce", lançado em 2014, reafirmando seu legado de amor, fé e caridade.
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