Domingo, 17 de Agosto de 2025

DólarR$ 5,40

EuroR$ 6,31

Santos

22ºC

CACB

Inflação consome 87% do poder de compra do Real

Criada há 31 anos, moeda perde valor. "É urgente uma política de cortes de gastos para conter o desequilibro fiscal", afirma Alfredo Cotait, presidente da CACB

Da Redação

02/07/2025 - quarta às 08h44

É mais uma conta que os brasileiros pagam pelo desequilíbrio financeiro dos governos. - IBGE

A inflação corrói a cada ano o poder de compra do Real, moeda que completa 31 anos nesta terça-feira, 1º de julho. Desde 1994, quando foi lançado, já perdeu 87% do seu valor. Atualmente, R$ 100 equivalem a R$ 12,23 daquela época, de acordo com dados de 2024.

 

Pelo caminho inverso, para se comprar o equivalente ao que se adquiria com R$ 100 em julho de 1994, era necessário desembolsar R$ 808,02 há um ano. É mais uma conta que os brasileiros pagam pelo desequilíbrio financeiro dos governos.

 

Os números, que levam em conta pesquisas do IBGE e Banco Central, foram publicados pelo economista Ricardo Amorim. Ele avalia que quando os governos gastam mais do que arrecadam os impostos e a dívida pública aumentam em um círculo vicioso.

 

Os comentários de Amorim vão ao encontro do que se constata pelo painel Gasto Brasil, criado pela Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) em parceria com a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) para monitorar as despesas da União, estados e municípios. Só nos primeiros seis meses de 2025, o desequilíbrio entre as receitas e as despesas atingiu R$ 600 bilhões de reais (R$ 2 trilhões arrecadados e R$ 2,6 trilhões gastos).

 

"Esse descompasso perverso é a razão do aumento da inflação e, consequentemente, da elevação da taxa de juros. Por isso, é urgente uma política de cortes de gastos para incentivar os investimentos, conter o desequilíbrio fiscal e aumentar o poder de compra da nossa moeda. E não é com aumento de impostos que atingiremos essa meta", enfatiza o presidente da CACB, Alfredo Coitait Neto.

 

Para Ricardo Amorim, "há um descasamento temporal entre o aumento dos gastos e seus impactos negativos no bolso da população, o que faz com que a maioria das pessoas não se dê conta da relação entre o aumento de gastos públicos e suas consequências nefastas na sua vida."

 

Ele conta, em seu post no Instagram, que desde o início do Plano Real, os gastos públicos cresceram quatro vezes mais do que a economia brasileira. "Como consequência, a dívida pública passou a ser mais de três vezes maior em relação ao tamanho da economia e a inflação no Brasil foi muito maior do que nos países desenvolvidos, corroendo o poder de compra dos brasileiros", argumenta o economista.

 

Para consultar os dados do painel Gasto Brasil, basta acessar www.gastobrasil.com.br.

 

 

 

Indiara Oliveira

 

Deixe a sua opinião

Leia Mais

ver todos

ECONOMIA

Alckmin: socorro a exportador não causará impacto fiscal

MINHA CASA, MINHA VIDA

Divulgada lista das primeiras 453 famílias da Favela do Moinho beneficiadas com novas moradias

POLÍTICA

Padilha diz ser "ato covarde" cancelamento de vistos da filha e esposa

2
Entre em nosso grupo