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GUERRA COMERCIAL

Comer fora ficará até 10% mais caro com tarifaço dos EUA na exportação brasileira, alerta Fhoresp

Café, carnes, pescados e suco de laranja deverão sofrer reajuste e, consequentemente, elevar o preço no cardápio de bares e de restaurantes à médio e a longo prazos; Federação defende diplomacia e gestão para reverter cenário

Da Redação

28/07/2025 - segunda às 18h30

A taxação de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), sobre produtos brasileiros, poderá afetar internamente o preço dos alimentos e tornar a refeição fora de casa até 10% mais cara, a médio e a longo prazos. A estimativa é da Federação dos Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp). A entidade classifica a taxação como "catastrófica" e defende uma ação diplomática e estratégica da União para negociar com o governo americano e reverter o cenário.
 

A sobretaxa sobre os produtos brasileiros está prevista para entrar em vigor em 1º/8. Até lá, diversos setores e o Governo Federal tentam avançar nas negociações com os Estados Unidos. Porém, se a Casa Branca persistir na medida, a Fhoresp projeta impactos negativos que, inevitavelmente, também chegarão à mesa dos restaurantes, de bares e de lanchonetes de todo o Brasil. Logo, comer fora ficará mais oneroso.
 

De acordo com a Federação, que representa mais de 500 mil estabelecimentos paulistas e 20 sindicatos patronais, o tarifaço exercerá pressão do mercado interno sobre produtos considerados carros-chefes da exportação brasileira, como café, carnes, pescados e suco de laranja.
 

De acordo com o Núcleo de Pesquisa e Estatística da Fhoresp, estes alimentos terão toda a cadeia produtiva impactada. O café, por exemplo, pode perder até 30% da sua produção em exportação, o que acarretaria num aumento de até 6% no preço interno. Num possível cenário de recessão econômica, carnes (bovina e suína) e pescados também deverão ter os preços reajustados ao mercado interno para cobrir custos de produção.
 

A projeção, segundo a entidade, é que os impactos aconteçam a médio e a longo prazos sobre o setor de Alimentação Fora do Lar. A estimativa é de um aumento que pode chegar à casa dos 10% no cardápio do brasileiro.
 

O diretor-executivo da Fhoresp, Edson Pinto, analisa como "catastrófica" a taxação americana - um franco ataque à cadeia do Agronegócio brasileiro:
 

"Temos de colocar todos os cenários à mesa, para que o Brasil entenda o que pode estar por vir, inclusive, um quadro de recessão econômica. No médio e no longo prazos, o mercado interno deve sofrer com impactos em toda a cadeia produtiva, sobretudo no Agronegócio. Por isso, a Federação defende uma ação diplomática e estratégica em defesa dos interesses nacionais. Precisamos de menos bravata e de mais negociação diplomática", sugere.
 

Dólar sob pressão

O Núcleo de Pesquisa e Estatística da Fhoresp indica, também, que, o cenário de incertezas geopolíticas tende a pressionar o dólar, elevando sua cotação média diária.
 

Após o anúncio do tarifaço de Trump, a moeda norte-americana saltou de R$ 5,40 para R$ 5,70, nos últimos dias. Como reflexo direto da oscilação do câmbio, há o aumento no custo das importações, o que desencadeia reajuste no preço de produtos ou de serviços no Brasil que dependem de insumos provenientes dos Estados Unidos.

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