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ECONOMIA

Bares e restaurantes represam preços em fevereiro

Alimentação fora do domicílio cresceu 0,47%, enquanto a inflação geral aumentou 1,31%; resultado indica esforço de empreendedores em segurar repasses para os cardápios

Robson de Castro

13/03/2025 - quinta às 15h43

O índice geral do IPCA de fevereiro registrou uma variação mensal de 1,31%, quase três vezes maior do que índice de inflação fora do domicílio, que registrou alta de 0,47%. A inflação nos bares e restaurantes também ficou abaixo da alimentação no domicílio, cujo aumento foi de 0,79%, e de alimentação e bebidas (principais insumos do setor), com alta de 0,70%.  

 

No acumulado de 12 meses, os alimentos e bebidas tiveram alta de 7%, enquanto a inflação nos bares e restaurantes aumentou 6,72%. O índice geral teve crescimento de 5,06% e a alimentação no domicílio teve alta de 7,10%.

 

Outro dado que chama a atenção no índice é a inflação do lanche em comparação com a refeição. Os itens tiveram variação de 0,66% e 0,29%, respectivamente, o que sugere que os consumidores estão optando por lanches em vez de refeições completas. Isso permite aos empreendedores ajustarem os preços dos lanches, enquanto buscam segurar o valor das refeições para manter a competitividade e atrair os clientes.

 

"Os bares e restaurantes seguem fazendo um grande esforço para segurar os preços ao consumidor, mesmo diante da alta nos custos operacionais. Enquanto a inflação geral avança, nosso setor continua com reajustes abaixo da média, o que impacta diretamente as margens de lucro. Ainda assim, os empresários têm buscado alternativas para manter os clientes e garantir a sustentabilidade dos negócios", explica Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.

 

Preço do cafezinho sobe menos que o insumo

Apesar da alta nos custos dos alimentos e bebidas, os bares e restaurantes seguem segurando os preços ao consumidor. Um exemplo claro é o café servido nos estabelecimentos, que registrou alta de 0,47% em fevereiro, mesmo com o preço do café moído subindo 10,77% na variação mensal. Essa diferença reforça o desafio do setor em equilibrar seus custos sem impactar os clientes.

 

Além da pressão dos insumos, o aumento de 16,80% na energia elétrica também pesa nas contas dos negócios do setor, encarecendo a operação e reduzindo ainda mais as margens de lucro. Esse custo se soma a outras despesas que seguem em alta, tornando ainda mais desafiador manter os preços competitivos.

 

"A alta da energia elétrica e dos insumos são apenas parte do desafio que enfrentamos. Outras pressões também impactam a margem de lucro, como o custo da mão de obra. Em 2024, o setor registrou um salário médio de R$ 2.190, o maior já registrado, com um crescimento de 5,8% no ano. É um avanço importante para os trabalhadores, mas que exige ainda mais sacrifícios dos negócios para equilibrar as contas", finaliza.

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