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Ação da força-tarefa de SP fecha fábrica de bebidas que usava etanol 'batizado' com metanol

Segundo as investigações, falsificador comprou etanol de um posto que usava combustível adulterado com metanol; de 300 garrafas analisadas, 50% apresentaram 14,6% a 45,1% de metanol

Da Redação

10/10/2025 - sexta às 18h00

Galões encontrados em fábrica de bebidas clandestinas de São Bernardo do Campo - Divulgação

A força-tarefa do Governo de São Paulo que atua nas investigações sobre adulteração de bebidas com metanol no estado fechou nesta sexta-feira (10) uma fábrica em São Bernardo do Campo que distribuía produtos adulterados a outros estabelecimentos comerciais. Segundo as investigações, o falsificador comprou etanol de um posto que usava combustível adulterado com metanol.

Os agentes da Polícia Civil chegaram até o local após investigarem a morte da primeira vítima por intoxicação. O homem passou mal em 12 de setembro e morreu quatro dias depois. O bar onde ele consumiu a bebida foi vistoriado e as equipes apreenderam nove garrafas. Peritos detectaram a presença de metanol em oito desses produtos, com percentuais que variavam de 14,6% a 45,1%.

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De 300 garrafas analisadas pela Polícia Científica, 50% apresentaram este alto percentual de metanol. Uma mulher foi presa praticando o crime de adulteração de bebidas. O marido dela, que também participava da adulteração, não foi encontrado no local. Ele já havia sido preso anteriormente por falsificação de produtos destinados a fins alimentícios.

“Essa concentração é muito grande”, disse o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, em coletiva de imprensa sobre a operação. “Nossa suspeita é de que esses casos que geraram lesões gravíssimas e mortes, que eles tenham adquirido metanol do mesmo posto”.

Em depoimento, o dono do bar onde a vítima consumiu a bebida confessou que havia comprado as garrafas de uma distribuidora não autorizada. De acordo com a polícia, essa empresa utilizava etanol de posto de combustíveis na fabricação irregular das bebidas. O etanol, por sua vez, estaria misturado a metanol, substância altamente tóxica e proibida para consumo humano. “O falsificador foi no posto comprar etanol para falsificar a bebida, e o dono do posto vendeu etanol falsificado com metanol”, explicou Derrite.

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“O que está acontecendo agora é uma crise aguda, com muitos casos e aparecendo de repente. Os casos que vieram à tona apresentam alta concentração de metanol, encontrados nesse etanol de um posto de combustível, que foi utilizado para adulteração da bebida. A nossa linha de investigação é essa”, disse o secretário. “A gente não pode permitir que isso aconteça, isso poderia escalonar de uma maneira que nem a gente saberia saber como lidar. Se a nossa linha de raciocínio estiver correta, quem está fazendo essas adulterações precisa ser penalizado.”

Além de São Bernardo do Campo, endereços em São Caetano do Sul e na capital paulista também foram vistoriados. Ao todo, oito suspeitos foram encaminhados à delegacia para prestar esclarecimentos. Garrafas, bebidas, aparelhos celulares e outros itens foram apreendidos na ação e encaminhados à perícia. A Polícia Civil segue com as investigações para apurar o envolvimento dos suspeitos e a origem dos produtos apreendidos.

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“Hoje, foi a maior resposta que tivemos até aqui, do trabalho de investigação da Polícia Civil que descobriu essa fábrica clandestina de adulteração de bebidas, inclusive a relação dela com essa outra distribuidora. O próximo passo são os postos de combustíveis, ou o posto onde foi adquirido esse etanol contaminado”, afirmou o secretário de Segurança Pública.

Gabinete de crise contra contaminação por metanol

Para intensificar as ações contra a contaminação por metanol, o Governo de São Paulo instaurou um gabinete de crise no dia 30 de setembro. A força-tarefa do gabinete de crise é composta pelas secretarias da Saúde, Segurança Pública, Fazenda e Justiça, e também envolve a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Comunicação e as vigilâncias sanitárias municipais. Entre as ações coordenadas, está a interdição cautelar de estabelecimentos suspeitos de comercialização de bebidas fraudadas e o recolhimento de garrafas para perícia.

 

 

Agência de Notícias do
Governo do Estado de São Paulo

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