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SAÚDE

A cada quatro mortes no mundo, uma é causada por trombose

Estudos populacionais mostram que indivíduo com hábitos não saudáveis tem maiores chances de desenvolver o tromboembolismo venoso em relação a aqueles que mantêm estilo de vida favorável.

Da Redação

13/06/2025 - sexta às 10h59

Segundo a International Society on Thrombosis and Haemostasis (ISTH), anualmente, uma em cada quatro pessoas no mundo morre por doenças derivadas da trombose. De acordo com a Sociedade Brasileira de Trombose e Hemostasia (SBTH), no Brasil, acontecem 200 mil episódios de trombose ao ano. A trombose venosa profunda (TVP) é o resultado da formação de um coágulo sanguíneo, que se origina dentro de uma veia, dificultando ou impedindo o fluxo de sangue. Além disso, quando esse coágulo se desloca, pode provocar embolia pulmonar, sendo que 30% das vítimas vêm a óbito na primeira hora após a ocorrência.

 

Entre os sintomas da trombose estão inchaço, vermelhidão, desconforto no local, sensação de peso na perna afetada, aumento da temperatura na região, veias superficiais dilatadas e febre leve. Já os sintomas de embolia pulmonar são, principalmente, falta de ar intensa e súbita, dor torácica e tosse com sangue.

 

“A incidência de trombose nas pernas é maior em comparação com outras partes do corpo. Geralmente se inicia nas veias da panturrilha, mas pode se estender para as veias proximais, aumentando exponencialmente a chance de embolia pulmonar”, salienta o hematologista e presidente da Sociedade Brasileira de Trombose e Hemostasia, Cyrillo Cavalheiro, que será um dos conferencistas do 45º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo – SOCESP.

 

O tratamento clínico da trombose visa prevenir a embolia pulmonar e outras complicações. “A terapia principal consiste em ministrar anticoagulantes, iniciando com os injetáveis (heparina) com transição para anticoagulantes orais”, explica. “Estes medicamentos são mantidos entre três e seis meses, mas o período pode ser maior, dependendo de condições como câncer ou trombofilias hereditárias.”

 

Já em situações de desequilíbrio do sistema circulatório ou risco elevado de embolia, o médico deve sugerir trombólise. “Trata-se de uma injeção de substância para dissolver o coágulo e restaurar o fluxo sanguíneo.  Ou ainda a colocação de um filtro de veia cava inferior para evitar sua progressão.”

 

Prevenção em viagens

Segundo os especialistas, durante viagens com maior duração, calçar meias elásticas de compressão graduada é benéfico para os mais suscetíveis. “Mas o uso requer orientação médica para não haver garroteamento dos membros”, lembra Cyrillo Cavalheiro. Exercícios de alongamento e movimentar as pernas a cada três horas também são indicados. “Viagens longas estão ligadas a maior incidência de trombose e embolia devido à imobilidade, que interfere no fluxo venoso das pernas. Outro fator é que a pressão exercida pelo assento na região atrás do joelho tende a agravar a estase venosa, que é o acúmulo de sangue nas veias”, detalha o hematologista. “No caso específico do transporte aéreo temos as condições de cabine, como a hipóxia hipobárica ou de altitude, quando há deficiência de oxigenação.”

 

Segundo ele, o tromboembolismo venoso (TEV) ocorre especialmente em voos de mais de quatro horas e em indivíduos com fatores preexistentes, como distúrbios de coagulação, uso de estrogênio, obesidade, gravidez, cirurgia ou trauma recente, consumo abusivo de álcool, remédios para dormir e histórico de trombose.

 

Já a prevenção cotidiana pressupõe rotina com dieta equilibrada, evitando o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, além do controle de peso e exercício físico regular. “Estudos populacionais mostram que indivíduo com hábitos não saudáveis tem maiores chances de desenvolver TEV em relação a aqueles que mantêm estilo de vida favorável, independentemente do fator genético”, completa o cardiologista Ricardo Pavanello.

 

A trombose e as doenças dela derivadas estão na pauta do 45º Congresso da SOCESP – Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, que será realizado nos dias 19, 20 e 21 de junho, no Transamerica Expo Center, em São Paulo. “Várias mesas de debates abordarão as novidades da área com o objetivo de salvar vidas e impactar positivamente as atuais estatísticas”, afirma Pavanello, presidente da edição 2025 do evento.

 

45º Congresso de Cardiologia da SOCESP

Data do evento: dias 19, 20 e 21 de junho de 2025

Local: Transamerica Expo Center, São Paulo/SP

Informações: http://socesp2025.com.br/

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